sábado, 15 de março de 2014

Lamúria





Conquanto as palavras valham tanto quanto a espada, tuas lamúrias insultam e ferem minha carne.
És a única dilacerando, racionalizando este amor tão imenso...
Existe tanto a necessidade de se ferir? A dor é real... Por que a felicidade não pode ser tão real quanto?
Eu posso palpar teu corpo, sentir teu cheiro. E isso me faz feliz... Mas, por que a necessidade de te implorar amor? Por quê?
Minhas olheiras possuem olheiras, que, cansadas de tanto aparecer, imploram por um fim, imploram para adormecer... E, somente descanso, quando ao teu lado estou.

Existence is Punishment



Remoendo... remoendo...
Mastigando, ruminando tristeza...
Como o herbívoro, sem esperar nada além de mais digestões...
Entregando a vida aos algozes de nossa esfera humana...
Humanidade? Onde se definem os cortes de nossa própria carne?
Corte-me, corte-me, corte-me...
Me dilacera, senhor Capataz...
Devora-me, senhora Suntuosa...
Estou aqui, esperando que Caos se manifeste e vá embora...
Para a Paz... A Paz...
Condenação.
Fim.

quarta-feira, 12 de março de 2014

The Union



Mate-me com amor
Cessa a minha dor...
A minha mortalha jaz sob os túmulos de nossa consciência... Eu morro diariamente aos teus pés. Deixo de existir em carne, e existo em alma, unido neste embargo, embalado nas valsas de tuas curvas, prostrado aos teus pés. Me alimentando de carícias, embargado com o vinho de tuas lágrimas. Dê-me mais, mate-me mais!
Mortifico minha carne à cada dia. Te entrego minha alma, e estes sopros vãos, débeis. Meus braços tão fracos, continuam à se levantar, clamando por ti. Estes pés cansados, se voltam ao mesmo caminho. Ao teu encontro.
Mate-me com amor
Dá-me vida!
Eis que minha vida, já não pertence à minha própria alçada... Minha vida foi lançada e entregue aos teus domínios, onde descansa minh'alma.
Entrega-me tua vida, para que assim eu possa viver... Entrelaça tua carne à minha, jogue o cálice de teu espírito junto ao meu, assim nos tornando um... Amor... Homogêneo... Nostálgico...  Divino!

segunda-feira, 10 de março de 2014

Imortalidade Quântica



Suicídio quântico consiste em uma teoria criada a partir de um experimento mental no qual imagina-se um homem que se senta frontalmente a uma arma e a aponta para sua cabeça. A arma está ligada a uma máquina que mede o giro de partículas quânticas. Cada vez que se puxa o gatilho, o giro da partícula quântica, ou quark, é medido e assim, dependendo da medida a arma dispara ou não. Se a medida mostrar que a partícula quântica está girando em sentido horário, a arma dispara; Se em sentido anti-horário, a arma não dispara. Como existe a possibilidade de 50% para cada caso, a Interpretação de muitos mundos diz que, a cada turno do experimento, as duas possibilidades serão verdadeiras, com uma divisão do universo nas duas versões possíveis. Logo, o homem puxa o gatilho pela primeira vez e a arma não dispara; ele então puxa o gatilho novamente e novamente a arma não dispara. O homem continuará a puxar o gatilho com o mesmo resultado: a arma não vai disparar, uma vez que a partícula continuará seu giro no mesmo sentido. Mas, de acordo com a interpretação de muitos mundos, quando o homem puxa o gatilho pela primeira vez, o universo se divide em dois, e, numa outra versão da realidade, a medida mostra que o quark está girando no sentido horário. Conseqüentemente, a arma dispara e o homem morre. Mas como vimos inicialmente, a cada nova realização do experimento, os dois casos serão verdadeiros. Ele não tem consciência disso, mas está vivo e morto, e cada vez que ele puxa o gatilho, o universo se divide em dois e vai continuar a se dividir cada vez que o gatilho for puxado, criando múltiplas realidades. Não importa quantas vezes ele puxar o gatilho, em uma das realidades possíveis a arma não irá disparar e assim, ele vai continuar o processo eternamente, tornando-se "imortal". - Fonte - Wikipédia.

Analize...
Somos todos imortais por uma pequena fração, dado o fato de que um tiro espocará e sobreviveremos... Contudo, levando em conta de que em cada universo um de nós morre, isso quer dizer que estamos sumariamente mortos... Afinal, somos apenas cópias criadas na fração de puxar o gatilho, somos os clones que não morreram, ou nunca existimos?

terça-feira, 4 de março de 2014

Visões do Vazio



Encara a face do desespero diariamente, encara a dor a cada despertar...
Consumido, exaurido, comprometido... Falsa verdade, felicidade subliminar...
Desconforto sobe e dá um nó na alma. Vazio, até quando? Existência falida, subjugada e submetida aos valores da realidade... Existência, eterna punição... Danação para o ser que tem a possibilidade de abrir os olhos, e assim enxerga a iminente extinção...