quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Domine Non Es Dignus

Lusco-fusco;
Meu teto se dissolve, balança ao sabor desta brisa seca veranil.
Nos dissabores da vida, te encontro perdida na constante da liberdade.
Olhe para nosso teto!
Encontra-me nas esquinas da vida;
Dança ao Universo.
Celebrando o caos metafísico que reside em viver.
Adeus você.
Adeus, meu Sol!
Você moveu mundos por mim... Agora eu sou poeira cósmica, um planeta que você, meu Sol, consumiu em chamas!
Adeus você...



quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Heurt

Tem alguém aí?
Alguém que ouça meu clamor?
Alguém que conheça minha dor?
Salva-me!
Não consegues mais ver o vazio de meu olhar?
A súplica em meu chamar?
Deixaste minha vida vazia...
Torna-te à minha alma!
Imploro...
Ignora meu vazio, me deixe em torpor...
Larga a minha face ante o desespero
Prova do sabor, de me ver partir...
Ainda estás aí?



sábado, 15 de novembro de 2014

Celestial

Preexistência findada, ao infinito pesar.
Preencho a existência com a vaga essência do teu olhar...
Onde está o fulgor de tua alma vivaz?
Fazer-te feliz, não sou mais capaz?
Preenche minhas feridas, com dor
Sara minhas chagas de amor.
Fere minha alma com teu existir
Pois por amor, assim te faço permitir.


segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Doloris et amoris

Destroça. Troça
Valha-me em palavras, a dor da espada.
Transfixo em lamúria com o fio da navalha.
Alva, tua pele, embromada em sangue.
Sangue que verte aos borbotões.
Vide, minha vitae está abandonando suas aldravas.
Toma minha alma.
Minha essência rubra, verte por ti.
Assim como tua luz, que rebusca, ofusca.
Lusco-fusco.
Te vejo à dormir, um sono etéreo.
Pesado como nossos embates.
Dá-me paz! Necessito de ti!
Cede à minha loucura.
Peço-te; não dê vazão à minha loucura!
Encontra-me, estou dentro de tua morada.
Acalenta-me, minha amada.


quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Nostalgia Cultural, vital.

Há um desespero entupindo minhas vias respitarórias...
Seja com o cigarro que estrangula minha traqueia, ou mesmo sob este céu paulista poluído.
A maior poluição reside no fato de se viver aqui.
Não, não é um preconceito sobre o Brasil em si...
É mais parte de uma nostalgia. Nostalgia de um país de onde meus avós venham.
Ser brasileiro é difícil.
É difícil pensar que aqui somos tratados como produto:
-Somos produtos da indústria, somos das linhas de produção, das linhas de construção, das linhas comerciárias...
Somos produtos da estética mundana, imunda, que a mídia impõe.
Somos produtos da ciência falha que a religião cristã massacra dentro de um estado "laico".
Somos os filhos da corrupção, filhos ingratos da nação.
Não sabemos aprender, e nada nos é ensinado.
A vida brasileira é vivida em vão.
A vida brasileira, me dá nostalgia por outra nação.
Finco meus pés, com essa gravidade que estupora meus sentidos...
Com anseio por outros ares... 
O conceito não é a urbanização em si.
Mas... É amargo o gosto de viver onde não se enquadra.
Mais amargo é saber que poucos compreendem meu texto como subversivo, e atacam com desdém, palavras que não são de afronta pessoal...
Mas heis o descaso, nossa cultura tão afrouxada nos trouxe até aqui...
Língua Portuguesa, uma das mais complexas no mundo... Para um povo de situação mais complexa ainda...
Aonde iremos parar?
Só sei que necessito descansar e morrer em outro lugar...

sábado, 2 de agosto de 2014

Empty existence

Há um Universo em meu ser.
Há um buraco em minha existência.
Há uma lânguida vontade de se preencher o Vazio.
Há ossos quebrados, depositados em esperanças à beira da estrada do desespero.
Vinde à mim, entra em minha morada.
Contempla a decadência.
Preencha a minha existência.
Dá-me a tua essência.
Permita-me em teu ser.

domingo, 20 de julho de 2014

Laconic

Desaurado, acometido, comprometido, instaurado, concluso.
Auspício lacônico de meu ser! 
- Ai de ti, que drama!
Inconcluso em meu eu, dramático estou e vogo que retires tal acusação.
- Como retirar tais manchas em nosso vestido? Veja - há sangue sobre ele
Vamos transformar as manchas e dor com nosso amor.
- Ainda existe amor?
Mas é claro. Analise tudo, veja bem...
- Estou aqui por ti!
Estou aqui também...
Precisamos nos unir, novamente... Vive em mim, amada, vivo em ti...

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Dévore




Divaga em meu ser, devora a minha alma...

Consuma minha essência...
Me faça parte de você.
Somos um, unidos, como um embrião
Alma, corpo, mente, união...
Etéreo, complacente, paixão...
Devora-me em sabores junto à tua carne.
Amor
Por favor
Cessa minha dor
Mata-me com amor.

sábado, 19 de abril de 2014

This Cannot Be The End

Este não pode ser o fim...
Dado o fato de que cada momento é o presente.
Que cada segundo passado já se foi, é passado.
É lícito então, dizer que o presente nunca foi, nunca existiu. À partir do momento em que se realiza, já é passado.
Presente é irreal.
Presume-se que futuro é ilusão, então.
Passado nunca foi.
Pretérito imperfeito, impropério vil.
Meu opróbrio me consome, a ignomínia humana, sujeita à toda e qualquer ação.
O que é, o que foi, o que há de ser...
Há uma linha tênue nas cordas de nossa existência.
Penso, logo existo...
E se não estou à pensar? E se cada pensamento é mais uma linha de presente, que já se tornou passado?
Estou num ciclo sem fim?
Aprisionado, congelado, lânguidos suspiros esperam meu fim...
Que é um futuro, que será passado, enterrado assim...
Tempo é uma mentira na existência real.
O que é real?
Quem é você?
Eu não sou ninguém.

sábado, 15 de março de 2014

Lamúria





Conquanto as palavras valham tanto quanto a espada, tuas lamúrias insultam e ferem minha carne.
És a única dilacerando, racionalizando este amor tão imenso...
Existe tanto a necessidade de se ferir? A dor é real... Por que a felicidade não pode ser tão real quanto?
Eu posso palpar teu corpo, sentir teu cheiro. E isso me faz feliz... Mas, por que a necessidade de te implorar amor? Por quê?
Minhas olheiras possuem olheiras, que, cansadas de tanto aparecer, imploram por um fim, imploram para adormecer... E, somente descanso, quando ao teu lado estou.

Existence is Punishment



Remoendo... remoendo...
Mastigando, ruminando tristeza...
Como o herbívoro, sem esperar nada além de mais digestões...
Entregando a vida aos algozes de nossa esfera humana...
Humanidade? Onde se definem os cortes de nossa própria carne?
Corte-me, corte-me, corte-me...
Me dilacera, senhor Capataz...
Devora-me, senhora Suntuosa...
Estou aqui, esperando que Caos se manifeste e vá embora...
Para a Paz... A Paz...
Condenação.
Fim.

quarta-feira, 12 de março de 2014

The Union



Mate-me com amor
Cessa a minha dor...
A minha mortalha jaz sob os túmulos de nossa consciência... Eu morro diariamente aos teus pés. Deixo de existir em carne, e existo em alma, unido neste embargo, embalado nas valsas de tuas curvas, prostrado aos teus pés. Me alimentando de carícias, embargado com o vinho de tuas lágrimas. Dê-me mais, mate-me mais!
Mortifico minha carne à cada dia. Te entrego minha alma, e estes sopros vãos, débeis. Meus braços tão fracos, continuam à se levantar, clamando por ti. Estes pés cansados, se voltam ao mesmo caminho. Ao teu encontro.
Mate-me com amor
Dá-me vida!
Eis que minha vida, já não pertence à minha própria alçada... Minha vida foi lançada e entregue aos teus domínios, onde descansa minh'alma.
Entrega-me tua vida, para que assim eu possa viver... Entrelaça tua carne à minha, jogue o cálice de teu espírito junto ao meu, assim nos tornando um... Amor... Homogêneo... Nostálgico...  Divino!

segunda-feira, 10 de março de 2014

Imortalidade Quântica



Suicídio quântico consiste em uma teoria criada a partir de um experimento mental no qual imagina-se um homem que se senta frontalmente a uma arma e a aponta para sua cabeça. A arma está ligada a uma máquina que mede o giro de partículas quânticas. Cada vez que se puxa o gatilho, o giro da partícula quântica, ou quark, é medido e assim, dependendo da medida a arma dispara ou não. Se a medida mostrar que a partícula quântica está girando em sentido horário, a arma dispara; Se em sentido anti-horário, a arma não dispara. Como existe a possibilidade de 50% para cada caso, a Interpretação de muitos mundos diz que, a cada turno do experimento, as duas possibilidades serão verdadeiras, com uma divisão do universo nas duas versões possíveis. Logo, o homem puxa o gatilho pela primeira vez e a arma não dispara; ele então puxa o gatilho novamente e novamente a arma não dispara. O homem continuará a puxar o gatilho com o mesmo resultado: a arma não vai disparar, uma vez que a partícula continuará seu giro no mesmo sentido. Mas, de acordo com a interpretação de muitos mundos, quando o homem puxa o gatilho pela primeira vez, o universo se divide em dois, e, numa outra versão da realidade, a medida mostra que o quark está girando no sentido horário. Conseqüentemente, a arma dispara e o homem morre. Mas como vimos inicialmente, a cada nova realização do experimento, os dois casos serão verdadeiros. Ele não tem consciência disso, mas está vivo e morto, e cada vez que ele puxa o gatilho, o universo se divide em dois e vai continuar a se dividir cada vez que o gatilho for puxado, criando múltiplas realidades. Não importa quantas vezes ele puxar o gatilho, em uma das realidades possíveis a arma não irá disparar e assim, ele vai continuar o processo eternamente, tornando-se "imortal". - Fonte - Wikipédia.

Analize...
Somos todos imortais por uma pequena fração, dado o fato de que um tiro espocará e sobreviveremos... Contudo, levando em conta de que em cada universo um de nós morre, isso quer dizer que estamos sumariamente mortos... Afinal, somos apenas cópias criadas na fração de puxar o gatilho, somos os clones que não morreram, ou nunca existimos?

terça-feira, 4 de março de 2014

Visões do Vazio



Encara a face do desespero diariamente, encara a dor a cada despertar...
Consumido, exaurido, comprometido... Falsa verdade, felicidade subliminar...
Desconforto sobe e dá um nó na alma. Vazio, até quando? Existência falida, subjugada e submetida aos valores da realidade... Existência, eterna punição... Danação para o ser que tem a possibilidade de abrir os olhos, e assim enxerga a iminente extinção...

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Amada alma, doce e delicada.
Ao teu despertar.
Ao manchar da tua pele.
Aos trôpegos passos dados ao fim da noite.
Ao sossego em teus braços.
Mortalha mortalha.
Doce e vil.
Suave e gentil.
Fogosa e viril.
More em mim.
Morre em mim.
Morro em ti.
E assim, faremos amor.
Até o fim.